terça-feira, 9 de junho de 2009

Verdadeiramente

- Responda! Vai devolver os instrumentos dos garotos? – disse Júlia.
- Er... não, é que... – disse Barto, tentando achar as palavras.
- Sim, o senhor Bartolomé está devolvendo os presentes! – disse Tina, se intrometendo, surpreendendo à todos.
- O quê? Por quê? – perguntou Júlia.
- A senhora nem imagina, dona Júlia! Nossa pobre fundação está passando por uma grave crise! Não temos nem dinheiro para o café da manhã dessas crianças! Está sendo um sacrifício devolver os nossos presentes, mas, precisamos fazer isso para que nossos filhinhos não morram de fome!
- O quê? Mentirosa! – disse Rama, baixinho.
- Como? Não pode ser! – disse Júlia – Esta é uma situação lamentável! Não podem continuar assim!
- Sua compaixão já é o suficiente, senhora.... – disse Barto, falso.
- Vocês precisam de comida! Vou antecipar a minha doação, e é pra já! Vamos ao escritório, senhor Barto, que eu já vou assinar o cheque para doar ao orfanato...
- Muito obrigado, senhora Júlia! Tenho certeza de que será recompensada por isso...
- Devolva os presentes, por favor. São todos para os órfãos!
Os órfãos comemoraram, mas estavam um pouco revoltados, pois a farsa de Barto não foi descoberta e ele não foi desmascarado...
Júlia foi com Barto até o escritório, onde assinou o cheque de um alta quantia.
Depois disso, retornou a sala.
-E então Mar? O que achou do seu microfone?- perguntou Júlia
- Demais não é? Amo cantar, Céu que nos ensinou.- repondeu ela.
- Céu? Ah sim, a mocinha, você sabe, quando eu tinha a sua idade eu também cantava.
- Ah é?
- Sim, minha mãe cantava também, deve estar no sangue.
- Bom, eu não sei de nada da minha, como a senhora sabe, mas, ela devia ter talento.
- Sim, e Mar, que tal irmos até a praça esta noite?
- Para que?
- Para conversarmos um poquinho, o que acha?
Mar concordou, apesar de não conhecer muito Júlia, considerava a muito, então colocou sua melhor roupa, um macacão de pano azul marinho, que ia até seu joelho, e uma blusa de mangas compridas, branca.
- Onde você vai Mar?
- Sair com a Júlia, por que Thiago?
- Por nada não, queria conversar com você.
- Pode falar.
- Olha, Mar, você sabe que eu amo muito você, e agora não temos mais nem empecilho para ficarmos juntos...
- Thiago, eu... – interrompeu ela – Eu não sei me entende, estou um pouco confusa.
- Mas o que eu posso fazer pra você se entender?
- Nada, isso é com o tempo.
- E o que quer para namorar comigo?
- Me supreenda;
Mar desceu as pressas, já estava atrasada.
- Onde vai Marianella? – disse Céu.
- Sair com a Júlia.
-Dona Júlia, Mar.
- Sim, a Dona Júlia.
Mar saiu sem se despedir de ninguém, e foi para praça.
Elas se cumprimentaram com um longo abraço.
- Por quê me pediu para estar aqui? – questionou Mar
- Eu quero saber mais de sua vida, entende?
- Sim, e o que quer saber?
- Seus Amores...
- Thiago... - disse ela envergonhada – ele acaba de dizer que quer me namorar.
- Ah Mar, que ótimo – disse ela empolgada – Vocês fazem um lindo casal!
- Obrigada, sabe Júlia, eu queria que minha mãe visse tudo isso, nunca senti tanta falta dela assim, parece que ela está perto.
- E ela está Mar...
- Como assim?
E agora? Será que Júlia contará a Mar que é sua mãe?

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