terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ciúmes e mais Ciúmes

(Por Jazmín)

Não esperava que Tacho fosse ficar tão constrangido em me ver dançando com o Pietro. Mas foi o que aconteceu, para infelicidade de todos. Quando ele chegou, levei um susto. Achei que iria demorar, mas não. Não estava fazendo nada demais, afinal, nem conhecia o garoto direito.
- Tacho, se acalma, por favor! – eu disse, me aproximando.
- Jazmín, você estava dançando esse garoto. – disse Tacho. - Pensa que eu não vi?
- Espera, eu posso explicar! – disse Pietro, tentando ajudar.
- Você, cale a boca! Não se meta! Fica dançando com a namorada dos outros?
- Tacho, uma dança não é nada demais. Vamos embora e eu explico tudo.
- Não tem que explicar nada. Eu já vi o bastante...
Ele estava revoltado, e eu aflita. No fundo acho que ele tinha razão.
- Deixa eu explicar? Você está sendo ciumento e infantil!
- Eu? Infantil? Jaz, o quê você faria se me visse dançando uma música como essas com a Mar, ou Vale, ou a Tefi?
- Elas são minhas amigas e sei que não teriam más intenções. Não confunda as coisas!
- Pois é, mas se fosse uma garota nova, que nem eu e nem você conhecêssemos direito? Você não teria ciúmes?
- Bem, acho que sim. Mas você não deveria ter feito aquele escândalo na festa!
- É que eu fiquei com raiva, ora! Desculpa se eu exagerei.
- Tudo bem, mas eu também fui culpada. Eu não previ a sua reação e agi sem pensar. Mas você não é o meu dono!
- Eu sei. Mas eu amo você, e fiquei com ciúmes. Pronto, falei!
- Tudo bem, eu prometo que não farei mais nada que te cause ciúmes.
Tudo foi resolvido, esclareci as coisas com o Pietro e ele pareceu que entendeu.
No final da festa, correu tudo bem. Estávamos nos aprontando para dormir. Meninos em um quarto e meninas no outro. No nosso, sempre antes de dormir fazíamos uma “reunião feminina”. Deitadas em um tapete redondo e lilás, cada cabeça em cada lado, contávamos os problemas umas às outras. O tema principal, claro, foi o que houve na festa.
- Conta tudo, Jaz! O quê o Tacho disse depois que vocês saíram? – disse Tefi.
- Fica quieta, Tefi! – disse Mar, atirando um travesseiro na irmã. – Ela não deve estar afim de falar.
- Bem, na verdade, posso dizer pra vocês. – eu disse. – Ele ficou morto de ciúmes.
- E depois? Vocês terminaram? – disse Vale.
- Vira essa boca pra lá, Vale! – disse Mar.
- Não, ainda bem que tudo ficou certo. Me desculpei com ele e ele comigo.
- Só isso? – disse Tefi. – Eu teria jogado toda a culpa nele e faria ele implorar voltar pra mim.
- Ai, que horror, Tefi. – disse Mar. – A Jaz e o Tacho se amam, eles compreendem um ao outro.
- Bem, e quanto à vocês? – eu falei. – Como estão no amor?
- Bem, vocês não sabem da maior! – disse Vale. – Vou escrever uma novela inspirada em mim e no Rama!
- Ai, que lindo! – disse Mar. – Como vai ser?
- O protagonista vai ser todo baseado nele. Mas ele não deve saber, por enquanto.
- Que bom, Vale. – disse Tefi. – Bem, estou solteira. Com tantos candidatos, fica difícil escolher...
- Ah ta, acredito, Tefi. – disse Mar, rindo. - Eu e o Thiago estamos indo às mil maravilhas.
- Não sei, não. – disse Tefi. – A Melody estava bem olhando pra ele. E o Simon pra você!
- Será? – disse Vale. – Se eu fosse você teria cuidado, Mar.
- Pra não acontecer o quê aconteceu na novela da Vale... – disse Tefi.
- Não vai acontecer! – disse Mar, furiosa. – Você vai me rogar praga agora, Tefi?
- Sorry, sister. Quem avisa amigo é!
O ciúme mais uma vez tomou conta da situação. Será que Mar deveria tomar cuidado com Simon e Melody? Uma questão: o ciúme é um sentimento positivo ou negativo? Seria uma forma de você mostrar o quanto ama uma pessoa, ou seria uma forma de mostrar simplesmente que não confia nela?

sábado, 17 de outubro de 2009

Rainha Cigana

(Por Tacho)

Os preparativos para a festa cigana estavam indo de vento em poupa. Jaz com certeza se destacaria, por conhecer a cultura cigana mais do que nós. Eu decidi impressioná-la, iria me vestir de cigano para poder tirá-la para dançar. Persa me ensinou umas coisas, seria uma surpresa. A festa estava quase toda preparada, eu e os outros estávamos escolhendo algumas músicas para cantarmos no final da festa. Finalmente, os Teen Angels voltam à ativa!
Depois de ouvir a provocação de Melody, Thiago não conseguiu evitar deixar de pensar no que ela disse. Será que Simón teria alguma segunda intenção com Mar? Ele veio procurar a mim e a Rama para ouvir a nossa opinião.
- E então, o quê você acham disso? – disse ele.
- Sinceramente, eu acho que não deve ouvir esses comentários. – disse Rama. – Aquela garota é má, não confie nela!
- Bem, eu acho que a insinuação dela pode ter algum fundamento... – eu disse.
- Você acha? – perguntou Thiago.
- Sabe, eu vi um dia Mar e Simon conversando, um bem perto do outro. Mas não sei...
- Com certeza da Mar você não deve ter desconfiança. – disse Rama.
- Sim, claro. – disse Thiago. – Não vejo o Simon há anos... acho que nem conheço mais ele!
- Abre o olho! – eu disse.
Depois, a noite da festa chegou. Tudo estava bem legal, as luzes, a decoração. Só queria ver a Jaz, devia estar linda. E era isso mesmo, nunca vi ela tão bonita. Estava usando um vestido vermelho, com uma faixa laranja no cabelo. Logo, Nico nos chamou para cantar uma música no palco da festa. E a música era “A Ver Si Pueden”, uma nova que compomos na viagem.
“A ver si pueden,
a ver si hoy van por más.
A ver que pasa,
a ver que siente si se animarán...”
Nem acreditava que enfim a banda voltou. Começamos há algum tempo atrás, mas por causa de vários problemas não conseguinos voltar. Agora, livres de toda opressão, estamos livres para sermos adolescentes normais.
O pessoal do clube ficou de boca aberta, claro, Melody sentiu um pouco de inveja, e Simon nem prestou a atenção na música, só olhava para Mar.
- Tacho, vamos pegar os refrigerantes que estão na cantina do clube. – disse Rama. – Deixaram a gente pegar para servir na festa.
- Ah, claro. – eu disse. – Vamos.
Mas eu não esperava o que iria acontecer enquanto saía com Rama para pegar as bebidas. Pietro, o filho da Persa, apareceu finalmente. E sentiu algo ao ver Jazmín.
- Quem é aquela menina? – ele disse, falando com a mãe.
- Ah, é a Jazmín, que eu te falei! – disse Persa. – Cigana no sangue como nós, tire-a pra dançar!
- Não sei... ela tem namorado?
- Ele saiu. Que mal tem em uma dança boba? Vai lá!
E o menino foi.
- Quer dançar comigo? – ele perguntou.
- Você é o Pietro? Ah, que bom! Claro! – ela disse.
- Jaz, tá louca? – disse Vale, sábia. – Se o Tacho vê, vai te matar!
- Ah, deixa de besteira. Ele não é meu dono, posso fazer o que eu quiser!
- Tudo bem, mas só quero ver o que ele vai fazer quando te ver dançando com outro.
Ingênua, Jaz aceitou o convite do Pietro e dançou com ele. Era uma música cigana, logo, os dois, vestidos como ciganos, completavam uma perfeita sintonia, dançavam muito bem. Porém, cheguei bem na hora, para estragar com a festa do garotinho. E não pude conter o choque que foi ver tal cena.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sangue Cigano

Que maravilha! Queria pular e dançar depois da ótima noticia, mas meus joelhos não agüentariam, 50 anos estão chegando, e já não posso mais me aventurar em atos adolescentes. Não querendo me gabar, mas Pietro era o que podia se chamar de perfeito, bonito, bem educado e culto, era um bom filho e parecia ser galanteador.
Acho que conquistaria as meninas e causaria algum tipo de problema, mas Tefi estava solteira! Seria ótimo! E ainda tinha Melody, mas não desejava a ela como nora.
Passaram-se três horas enquanto eu arrumava o quarto das crianças, e fala com Vale, menina boa para Pietro, mas já comprometida.
Sai para estender as toalhas - aqueles meninos não apreendiam a não deixar toalha molhada em cima da cama - e vi um carro chegando, e parando na porteira, e me surpreendia ao olhar a minha volta e pensar: Isso tudo é nosso!
- Mãe! – gritou uma voz máscula, desde quando meu filho tinha voz de homem, meu Deus? Mas que saudade!
- Meu filho, há quanto tempo! Como vai? – falei enquanto o abraçava.
- Vou bem, mãe. E você?
- Aflita de saudades suas! Vamos entrar, aí você arruma suas coisas e nós conversamos.
Logo, Pietro se instalou no clube e pudemos conversar sobre tudo. Depois de algumas horas de conversa, ele foi conhecer o Rockland. Falei com os adolescentes que poderíamos realizar uma festa cigana.
- Genial, Persa! – disse Jazmin. – Sinto falta da minha cultura, de minhas raízes!
- Que bom, meu bem. – disse Tacho. – Assim, eu mostro que também posso ter um pouco de sangue cigano!
- Sangue Cigano? Você?
- Sim, é que você nunca me viu dançando. Eu arraso!
- Ah tá. Até parece! Vamos ver então, senhor cigano.
Logo, Nico e os meninos começaram a arrumar a festa. Pietro não soube, era uma surpresa para ele. Quem sabe ele e Jaz não se tornem amigos?
Os adolescentes que eram mais antigos no clube também foram ajudar. Mas é claro, com uma certa inimizade com os novos. Thiago foi até uma loja de tecidos para comprar um pano especial que íamos colocar no salão de dança. Mas, no caminho, se esbarrou em Melody.
- Desculpa, menina! Eu não te vi. – ele disse.
- Tudo bem. – ela falou. – Espere, eu não conheço você?
- Ei, você é aquela menina do clube! Que fez aquela coisa horrível com a Mar!
- Eu mesma. E você, deve ser o namoradinho dela, não é?
- Sou sim. Saiba que ela ficou muito magoada depois daquilo.
- E eu com isso? Problema dela!
- Estou vendo que as pessoas deste clube não muito amigáveis. Com licença!
- Pois é, mas acho que tem uma pessoa que deve ser muito amigável com a sua namoradinha!
Era óbvio que Mel estava falando de Simon, o quê deixou Thiago bastante furioso. Mas ele decidiu não ouvir mais, afinal, confiava em Mar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Assim Como o Arco-Íris

(Por Jazmin)

Parecia que nada seria igual depois do Clube Rockland, pessoas novas, atitudes novas, vida nova.
Estava sentindo falta do abraço de minha mãe, de como ela me falava que nada de ruim iria acontecer.
Acho que Persa percebeu minha tristeza enorme, parte por saudade, parte por Tacho. Eu e ele não estávamos bem namorando, eu não sei bem, nós estávamos em um amor sem sentindo, e sem amor. Então não era amor? Era, mas não como eu gostaria que fosse.
Acho que estávamos passando por uma chuva fina, e logo o arco-íris viria para colorir a minha vida, o problema é que talvez eu não quisesse um arco-íris, e sim um sol em todos os dias.
Minha vida era assim como o arco-íris, por que atrás das nuvens, o céu é sempre azul.
- Tudo bem Jaz? – perguntou ela.
- Ah, tudo, eu acho. – respondi.
- É por Tacho não é? – falou ela. COMO ELA SABIA?
- Acho que sim... – falei enquanto olhava minhas cutículas mal cuidadas.
- Por que não fala com ele? – disse ela enquanto mexia no meu cabelo loiro e ondulado.
Seria uma boa idéia.
Andei pelos corredores de Rockland, e nada de Tacho, nada de ninguém, até que encontrei Aleli.
- Pequena, cadê todo mundo? – perguntei colocando a cabeça pra dentro do quarto.
- Simon saiu com a Luz, para pegar conchinhas, Mar e Thiago estão na praia, acho que o resto deles também, acho que por dedução, não é? – falou ela, enquanto pintava um desenho.
Sai correndo até a praia, não ficava muito longe, mas me cansei na metade do caminho.
Vi Simon agachado pegando conchinhas e seus olhos focados em Mar, o que ele estava pensando? Mar era namorada do amigo dele!
Continuei correndo até chegar nas pedras, olhei para todos os lados ao parar com as mãos nos joelhos, até que vi um cabelo loiro e enrolado que esvoaçava pelo ar, era Tacho, o meu Tacho.
- Ei! – falei ao sentar ao seu lado.
- Ei, como vai a senhorita? – brincou ele.
- Vai bem, mas com saudades...
- Saudades de quê?
- Tá na hora de você fazer um arco-íris em minha vida, não acha?
- Esta chovendo nela?
- Horrores.
Ele se inclinou para mim, tocou o meu rosto e fechou seus olhos ao sentir meu perfume.
- Eu adoro você. – falou ele.
- Não imagina o quanto. – completei.
E ele me beijou, fazendo que uma corrente de arrepios passasse pelo meu corpo.
*
(Por Persa)

- Nicolas? – falei ao procurá-lo.
- Sim, Persa – respondeu ele.
- Nicolas, eu sou apenas uma serva de vocês, e queria pedir permissão para um desejo meu. – disse de cabeça baixa.
- Sim, fale.
- Bem, meu filho, Pietro, está voltando de Londres depois de estudar o colegial, mas ele só me avisou hoje, iria fazer uma surpresa, mas ele não me encontrou na casa da minha irmã, na cidade – tentei explicar - Ele me ligou, e pediu que viesse ficar comigo aqui em Rockland. Será que é possível?
- Mas é claro, Pepe! Que pergunta! As crianças vão adorar, pode ter certeza!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Solidão

(Por Luz)

A solidão pode ser considerada o pior sentimento que existe, ela é bem pior que o ódio, pois é causadora dele, é causadora da inveja e da infelicidade, mas, além disso, a solidão é estar sozinho, e não saber a quem recorrer. Quando nascemos, somos protegidos por um abraço de nossa mãe, e esperamos que esse abraço esteja ali em todos os momentos que nós podemos precisar, mas nem todos nós temos a sorte que eu tive. Eu sei que todos me acham boba, infantil, mas é assim que eu quero viver por enquanto, quero poder me distrair para não ter que lembrar que minha mãe fora presa. Quando vi Feli passar por ali, achei que era minha mãe, ela são iguais! Mas logo me explicaram que não era nada disso.
- Luz, quer brincar? – falou Aleli.
- De quê? – perguntei. – Pode ser esconde-esconde?
- Não quero me esconder, ficar sozinha do matagal não é legal.
“É a solidão.” – pensei.
- Oi meninas! – ouvi uma voz falar, enquanto me sentava ao lado de Aleli.
- Oi. - respondi, era Simon.
- Nossa, por que estão quietas!?
- Já foi lá fora?Está chuviscando, e não sabemos do que brincar. – respondeu Aleli enquanto deitava em meu colo.
- Podemos brincar de...
- Simon, você tem namorada? – perguntei do nada, o interrompendo.
- Não tenho não, Luz, as meninas não me querem! Quer ser a minha namorada? – perguntou ele enquanto se levantava e vinha fazer cócegas em mim.
- Oh, Que-que-quero-ro, SIMON PÁRA! – falei, sem fôlego.
- Mas e eu? – falou Aleli tristonha.
- Você quer ser minha namorada também? – perguntou ele enquanto se sentava no meio de nós duas. – Vai se importar, namorada 1?
- Não senhor, - respondi.
Simon era legal, e é claro que não falava sério, ele era até lindo, mas Cris era bem mais. Ok, eu tenho 9 anos! Não posso namorar ainda, mas de mentirinha não conta, conta?
Simon tinha um brilho nos olhos e parecia apaixonado, ele se levantou, e sumiu por um instante, voltando com um violão nos braços. Simon se sentou no meio de nós, e pediu que nós apenas batêssemos palmas no ritmo. ELE SABIA CANTAR?
E então sua voz doce e serena tomou conta do ambiente.
“Never gonna be alone!
From this moment on,
if you ever feel like letting go,
I won't let you fall...
Never gonna be alone! I'll hold you 'til the hurt is gone.” – cantou ele,
Agora eu e Aleli estávamos certas, we never gonna be alone.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Surpresas do Destino

(Por Leca)

Surpresa é algo maravilhoso para se dar a alguém. Seja uma brincadeira, um susto, um presente, uma festa de aniversário. Sempre vem em uma certa hora onde não esperamos, igual ao destino. De repente algo acontece de imediato, como uma surpresa. Mas nem sempre é algo bom...
Uma surpresa nos esperava. E logo chegou pela porta. Ao tocar a campainha do clube, mas precisamente na casa onde estávamos hospedados, fui o único a ouvir. Era de manhã, e todos ainda dormiam. Porém, quando toquei na maçaneta da porta, não fazia idéia do que viria do outro lado. E abri.
- Você?! – falei, ao ver a figura.
Não era possível. A moça que estava na porta era igual à Justina, porém usando um penteado esquisito, o cabelo enorme e umas roupas coloridas.
- Olá! – ela falou. – Aqui estão hospedados os garotos da ex-fundação, não é?
- Justina! – gritei, cheio de medo, e dando passos para trás. – Você? Aqui? Fugiu da prisão?!
- Do quê está falando, menino?
- Não se aproxime de mim! Ou eu chamo a polícia pra te prenderem de novo!
- Meu bem, não tenha medo. Eu não faria mal à uma mosca!
- Conheço você, Justina. Voltou para nos atormentar, não é?
Mas quando tentei fugir, acabei tropeçando no tapete da sala. E fiquei ali, caído no chão. A figura parecida com Justina se aproximou de mim, agachando-se, e falou.
- Permita-me que me apresente. Sou Felicitas Garcia, prima de Justina. Prazer em conhecê-lo!
- Prima da Justina? – falei, me levantando.
- Sim, soube que ela trabalhava num orfanato, então vim ajudá-la, pois adoro crianças. Aí soube no bairro que vocês tinham ido para este clube.
- Ah bom. Sou Leca, um dos órfãos. Muito prazer. É melhor eu apresentar você aos outros, se não vão causar uma grande confusão...
- Entendo. Mas, Leca, onde está minha prima?
- Você não soube? Ela foi presa, junto com o senhor Bartolomé.
- Como? Minha prima? Não pode ser! Ai, tadinha!
- Tadinha, nada! Ela nos maltratava muito, se quer saber.
- Não acredito! Sempre achei minha prima um pouco agressiva e revoltada, mas isso já é demais...
- Pelo jeito, muita coisa aconteceu desde que você não vê ela, não é mesmo?
- Sim, e quero que me conte tudo!
- Já vou contar. Mas, antes, deixa eu te apresentar para o pessoal...
Logo, apresentei Felicitas à cada pessoa que chegava. E, claro, todos se espantavam quando a viam.
Até que Luz apareceu, e, ao ver a prima de sua mãe, ficou em estado de choque.
- Mamãe? – ela falou, quase chorando. Mas, no fundo, sabia que aquela não era quem pensava.
Surpresas são coisas inesperadas. Você nunca sabe quando ela virá...

sábado, 10 de outubro de 2009

Amigos, Amigos, Amores à Parte

(Por Simon)

Amizade e Amor são sentimentos completamente distintos, mas que se interligam com um grande impacto. Quando uma grande amizade desabrocha e vira amor, tudo brilha. Mas quando há uma mistura dos dois sentimentos onde alguém é sempre prejudicado, certas coisas não saem como o esperado, e tanto o amor quanto a amizade... murcham.
Em Rockland, nem tudo corria bem. A Melody, após aquela brincadeira nada legal com os novatos, havia deixado uma má impressão de nós. Logo, tentei amenizar a situação explicando tudo para os novatos, indo onde eles se reuniam.
- Licença, posso conversar com vocês? – disse.
- O quê faz aqui, garoto? – disse Tacho. – Vai nos jogar barro que nem sua amiguinha?
- Tacho, calma! – disse Jaz. – O rapaz não estava lá naquele dia. Ele não tem culpa!
- Isso mesmo. – eu disse. – Depois que soube o que havia acontecido, fiquei decepcionado com a Melody. E peço desculpas se vocês tiveram uma má impressão de nós. Sinceramente, eu não tive nada a ver com isso.
- Não tivemos. – disse Rama. – E já que não tem nada com isso, por quê veio?
- Rama, pare. – disse Mar. – Ele só veio ajudar. Aceitamos suas desculpas, sim!
- Ei, você não é a menina que esbarrou em mim naquele dia?
- Ela é sim. – disse Thiago. – E eu sou o namorado dela!
- Thiago? – perguntei, reconhecendo o rosto dele de cara. – É você? Sou eu, Simon!
- Simon? Era você? Por quê não falou antes, amigo? – ele disse.
- Vocês se conhecem? – perguntou Vale.
- Sim, somos amigos desde crianças! – eu disse. – Nunca pensei que encontraria você de novo!
- Nem eu! Ainda mais aqui, no Rockland! – disse Thiago.
Logo, fomos conversar, enquanto os outros jovens só ficavam na curiosidade.
- Que bom que o Thiago tem um amigo aqui. – disse Mar. – Assim, podemos nos enturmar mais!
Depois de uma longa conversa, fui logo tratar de outros assuntos pendentes, como me desculpar com a namorada de Thiago. Ela estava na varanda do clube, observando as estrelas.
- Olá! – disse. – Você é Marianella, não é?
- Oi. – ela disse. – Sim, sou. Você é o amigo do Thiago!
- Isso mesmo. Que bom que encontrei ele aqui. Ele tem muita sorte. Quando éramos crianças, ele sempre levava a melhor.
- O quê quer dizer com isso?
- Que ele tem muita sorte no amor.
- Ora, isso é uma cantada pra mim ou um elogio pra ele?
- Encare isso como quiser.
Mal sabíamos que Thiago nos viu de longe, e com certeza ficou com ciúmes. Ele confiava em mim, mas é claro, não gostava de ver sua namorada conversando com um garoto, bem próximos. Não iria trair a confiança dele, afinal, amigos, amigos, amores à parte...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sinais Teus

(Por Nico)

Um encontro, um desencontro. Uma flor, uma canção. Uma espera, um destempo. Um beijo que não se deu.
Quando o amor não consegue se expressar por palavras, haverá sempre outras maneiras de falar com a pessoa amada. São sinais especiais, pois o amor não pode ficar calado. E esses sinais podem ser encontrados em qualquer lugar.
Após ouvir aquela música, senti que havia algo de especial por trás. Nunca ouvi Céu cantar tão bem. E isso me fez sentir mais falta dela, de seus olhos, seu sorriso. Estamos tão longe, mas ao mesmo tempo, tão perto...
- Nick, o quê foi? – disse Malvina. – Por quê essa cara?
- Ah, Malvina! – eu disse. – Eu ouvi a voz da Céu... numa música gravada aqui, neste gravador.
- Que bom, meu bem... Quem sabe um dia ela volta?
Então saí e fui lá fora para ver os outros órfãos. Malvina, curiosa, resolveu ouvir o gravador. Porém, por uma estranha razão, a música não estava mais lá.
- Nick deve estar maluco... Não tem nenhuma música aqui! Ele deve estar com tanta saudade, coitadinho. Vai ver está imaginando coisas...
Mas eu não estava louco. A música realmente estava lá, porém, certos sinais não permanecem em um mesmo lugar.
Enquanto isso, os órfãos também nutriam uma enorme saudade de Céu, que sempre foi como uma mãe para eles.
- Mar, o quê está fazendo? – disse Rama, vendo Marianella olhando alguns retratos.
- Nada, Rama. – disse Mar. – Só estou olhando algumas coisas do passado. Sabe, sofremos muito na fundação. Mas teve um lado bom...
- A Céu, não é?
- Sim. Ela era praticamente uma mãe para todos nós... Até que desapareceu sem dar pistas.
- É. Bem, mas ela vai ficar sempre no nosso coração, não é?
- Claro.
Não só os adolescentes sentiam falta da bailarina, os pequenos também sentiam muito. Porém, havia uma em especial.
- Se Céu estivesse aqui... – disse Aleli, triste. – Ela era tão boa pra gente! Por quê teve de partir?
- Aleli! Aleli! Consegue me ouvir? – dizia uma voz distante.
- Que voz é essa? Me parece... familiar!
- Sou eu Aleli, Céu! Pode reconhecer minha voz?
- Céu! Eu sabia que você não deixaria a gente! Onde está?
- Aqui, menina! Você pode não me ver, mas pode me ouvir.
- Sim, estou ouvindo! Sinto a sua presença! Ninguém vai acreditar quando eu contar.
- Espere, não conte nada ainda. Eles não vão acreditar em você. Mas quero avisar que estou bem, e não vou deixar vocês!
- Obrigada, Céu. Eu sabia!
Os sinais são impressionantes. Eles vêem para te dar esperança que há uma luz no fim do túnel. Basta sentí-los...

Música: Señas Tuyas - Emilia Attias e Nicolás Vázquez

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Canção do Amor

(Por Céu)

Cada um de nós tem sua canção do amor dentro de si. É quando o seu coração quer expressar o que sente, seus sentimentos mais profundos. É nossa função compôr a música da nossa alma, pois ninguém seria mais capaz de fazer isso do que nós mesmos. E a inspiração pode vir de qualquer lado da vida, pode ser da pessoa amada, da família, dos amigos, etc. Cabe a nós cantarmos a canção certa, em meio à melodia que nos envolve.
No clube de férias Rockland, os órfãos tentavam se adequar ao modo de vida de seus companheiros, ainda mais depois de ficarem em uma situação nada legal por causa de Melody. Logo, se reuniram em uma sala pequena do clube, que era usada para descansar, onde poderiam conversar juntos, longe dos seus “colegas” do clube.
- Gente, será que foi uma boa nós virmos pra cá? – disse Vale.
- Claro, Vale! – disse Mar. – Apesar de ter acontecido umas coisas ruins, não devemos desistir.
- Isso mesmo. – disse Rama. – E que tal nós cantarmos uma música?
- Boa idéia! – disse Jaz. – Há quanto tempo não cantamos?
- Por causa daquela história da fundação nós acabamos deixando de lado a nossa banda. – disse Tacho.
- Que música cantamos? – disse Thiago.
- Gente, eu cômpus uma canção enquanto estávamos no ônibus... – disse Mar. – Vou cantar.
“Un camino sin final
que te lleva a la verdad
Tiene mil flores y piedras
que cruzar...”

- Que lindo, Mar! – disse Ana Beatriz. – Essa veio do coração!
- Sim, é que eu estava tão envolvida com aquele clima de liberdade, de termos uma nova chance para viver... Estamos prontos!
Logo, todos começaram a cantar.
“Estoy listo para ir,
hay que aprender a compartir
Los sueños que hay en ti”
E uma nova canção nascia naquele clube de férias. Mas não era somente uma música qualquer, era os sentimentos daqueles quase anjos expressos em melodias e vozes belíssimas.
Enquanto isso, Nico e Malvina tinham de cuidar dos menores, ainda com saudades minhas. De alguma forma, eles tinham de se conformar, porém, sabiam em seus corações que eu voltaria algum dia. E eu estava tão triste quanto eles. Implorei várias vezes a Tic Tac que me deixasse pelo menos falar com alguém. Então, resolvi tentar por mim mesma. Nico estava arrumando ainda suas malas, quando descobriu um pequeno gravador velho, que Cris havia trazido de casa. Logo, quando ligou o aparelho, ouviu uma canção, com a minha voz.
“Hay tanto silencio
tu risa no sueña más
dame señales que no te puedo encontrar...”
E ele não entendeu, poderia ter sido uma gravação antiga minha, ou talvez mais que isso. A minha canção do amor, especialmente para o seu coração.

Música: Estoy Listo - Teen Angels
http://www.youtube.com/watch?v=qg4VEDUWGEk

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Salva-me

(Por Ana Beatriz)

Incrível como a Mel mudava, eu não consiga ver o que se passaria com ela! É estranho ela não olhar pra sua cara o dia todo, e depois ela te acorda pra ir pra uma festinha, de pijamas, mas ainda uma festinha.
Agarrei nos braços de Mar, eu estava com medo realmente, não sabia bem por que, e vi Leca sair ao lado de Simon e Luca, fiz uma expressão de desespero, e ele sussurrou: “ Pra onde vamos?”
“ Boa pergunta!”- Sussurrei de volta.
A tal garota pegou em nossos ombros e nos levou até a praia.
- Bem novatos, se sentem, vai começar o ritual! – falou Kika, a garota que parecia mais confusa que cego em tiroteio.
- Ritual? - perguntou Tacho.
- Cale-se! – falou Mel ao colocar a bandana nos olhos de Tacho.
E isso aconteceu com todos nós, era proibido falar, e fomos direcionados a uma mata que ficava do lado da praia, parecia que eu previa que isso não iria dar certo.
Fomos colocados em uma roda, um de costas pro outro, alguma coisa começou a cair sobre nós, parecia confete, não reconheci.
Agarrei a mão de Mar e de Leca, eu estava com muito medo e em seguida veio um balde de algo melequento sobre minha cabeça.
- É barro! – sussurrou Mar.
- Como sabe?
- Veio da minha boca!
- ECA! - falaram as duas em coro.
Percebi que minha mão direita não tinha mais quem apertar, Mar havia caído no chão, tirei minha venda, e sentei ao lado dela, Mel resmungou alguma coisa e despejou mais barro em nós, a vontade de mandá-la ir pra aquele lugar não me faltou.
- Mar, o que você tem?
Mar gemia de dor, chorava e acariciava seu pé.
- PAREM! - gritou Thiago, ao ver Mar caída no chão.
Ele a envolveu nos braços enquanto massageava seu pé.
Melody não o ouviu, Kika e todos os nossos amigos se abaixaram pra ver o que ocorria com Mar, apenas ela, a menina do cabelo esquisito, ficou em pé, parada com um balde de barro.
Thiago enxugava as lágrimas de Mar, enquanto ele próprio chorava, ele beijou o pé dela totalmente sujo de barro , e o apertou, sussurrando: “ Não chora, estou aqui, calma Mar, eu te amo!” E assim, a dor passou.
Ao contrário do que estávamos pensando, nossos dons e nossos mistérios não cessariam, apenas aumentariam.

(Salvame – Anahí)
http://www.youtube.com/watch?v=M2YhwTPZS2Q

Avisos!

Queremos avisar que, devido a alguns problemas, a web novela Quase Anjos será cancelada e não escreveremos mais capítulos. Infelizmente tivemos certos xingamentos no mural de recados e as visitas são poucas por dia. Ficava muito chato para nós escrevermos a web com dedicação e esforço, ocupando nosso tempo, para depois só recebermos grosserias e quase nenhum reconhecimento. Por isso, após um tempo pensando, nós decidimos acabar com a novela. Postaremos só até o capítulo 14, onde paramos. Depois o site não será mais atualizado, porém ficará no ar, para o caso de voltarmos algum dia.
Queremos agradecer àqueles que acompanharam a web novela e deixaram seus elogios sinceros no mural. Obrigado pelas mais de 6000 visitas nestes 8 meses em que a novela foi exibida.

Jean

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Maldade Mascarada

(Por Melody)

Já era de manhã quando o sol entrou no meu quarto, e me fez acordar, achei que poderia dormir mais um pouco, mas Pepê já foi acordando todo mundo, não que eu não gostasse dela, pois eu gostava, mas ela era uma pessoa alegre demais pra mim, não entendia sua felicidade o tempo inteiro, era desperdício.
A felicidade pra mim não era só com coisas boas, mas com coisas ruins também, quem não ri de alguém caindo? É hilário! Não sou uma pessoa má, mas também não sou santa, Deus que me livre!
- Mel, vá arrumar essa juba que você chama de cabelo, os novos chegarão hoje! – falou Persa, rindo enquanto dobrava o lençol da cama de Luca.
Luca dormiu no meu quarto? Nem tinha notado.
Apenas eu, Luca, Simon e Kika ficávamos sempre no clube, pessoas novas vinham e depois nos deixavam, deve ser por isso que nunca nos envolvemos ou vimos de perto uma felicidade extrema.
Percebi que Simon saiu do quarto e depois de uma hora voltou totalmente assustado.
- Ainda não deu jeito nessa juba? – perguntou ele.
- Por que vocês insistem em chamar meu cabelo de juba?! – falei indignada.
- Porque ele é, amada. - falou Kika.
Não era uma juba! Só tinha cor de juba, mas era lisérrimo!
- Uma menina caiu em cima de mim – falou Simon
- Era gata? – perguntou Luca.
- Era, mas meio pirada e tinha namorado, acho que são os novos. – respondeu ele.
- Meninos! – falou Persa batendo palmas. - Vamos, os novos chegaram!
Andamos até a varanda, enquanto eu colocava a flor no cabelo e Luca mexia nele.
- Olá, crianças! – falou uma mulher bonita, mas com a mesma felicidade irritante. – Sou Malvy! E esses são Nico, Jazmin, Mar, Thiago, Vale, Ana, Rama, Leca e Tacho.
- Olá, sejam bem-vindos. – falamos em um coro sonso.
É, bem que eu previ que não iria nada com a cara deles, com exceção do bonitinho, o tal do Thiago.
*
(Por Tefi)

O dia passou até que tranqüilo, ficamos conversando com a tal da Mel, e aquele Luca, ai meu Deus! Mas ele mal ligava pra mim, focou os olhos em Vale, e de lá não tirou.
O Simon também não tirava os olhos de Mar, que se mostrava envergonhada e abraçava Thiago, que por sua vez a beijava apaixonadamente, bem, era uma marca de território, presumo.
- Vale! - falei a acordando. - São dez horas, qual é a sua?
- Você acha que eu tô dormindo? Eu estou é preocupada!
- Por quê?- Rama ta muito estranho e mal falando comigo.
- Fica tranqüila e...
Mel nos interrompeu.
- Oi meninas, alguém tem um rimelzinho pra me emprestar? O meu acabou. – disse ela manhosa.
- Você vai usar rimel pra dormir? – falou Mar enquanto punha sua camisola.
- Não, Mar, nós vamos sair, temos uma festinha de boas vindas!
FESTA DE BOAS VINDA? Agora eu fui com a cara dessa Melody!
- Vamos! – falei puxando Mar.
Uma chance com Luca eu poderia ter, ou com o gato do Simon, eu vou fazer acontecer.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Confusões & Descobertas

(Por Jazmín)

Lembro-me bem da primeira vez em que minha querida e linda mãe me contou a história dos ciganos, lembro-me mais de olhar para seus cabelos ruivos e ficar maravilhando os fios cor de fogo, mas sei muito bem quem sou eu.
Principalmente os ciganos se caracterizam por serem nômades, ou seja, não parar quieto, em um português bem claro.
Mas penso, será que eu nunca vou deixar de ser nômade? Passei por diversos reformatórios, pela fundação e agora por esse Clube Escola de Férias Gigantescas, será que não vou parar nunca?
Não nesse sentido, mas quem não parou literalmente, foi Mar.
- Fila, crianças, fila! - falava Nico.
- Tá tudo bem, mãe! - falava Mar, andando. - Eu sei que sou alérgica, mãe, trouxe meu repelente e...
Enquanto Mar andava, ela falava, só que estabanada do jeito que ela é, não consegue fazer as coisas ao mesmo tempo. Caiu da escada do ônibus em um único passo, mas o mais estranho, foi que eu não ouvi barulho e nem um grito. Tirando o da mãe dela, que gritava estridentemente no celular, que estava na mão de um menino. Lindo menino por sinal, e que carregava Mar no colo.
- Mar, está tudo bem? - perguntei, enquanto ela descia dos braços do "senhor" bonitão.
- Hã? Ah, tudo maravilhoso. - falava ela, sem tirar os olhos dele, e sem querer largar de sua mão.
Thiago saíra correndo do fundo do ônibus e se deparou com Mar encantado com o tal menino.
- Mar? Tá tudo bem? - falou ele a abraçando, enquanto ela apenas olhava o menino.
- Mar? Maaaar? ACORDA MARIANELLA! – gritou ele.
- Hã? Oi? Ah! Oi, meu amor. – ela disse, ainda fitando os olhos do menino, que demontrava uma certa confusão no olhar.
- Seu celular, Marinella. – falou o menino confuso.
- Marianella, Mar, eu sou, Mar, eu, aqui, Mar, eu. – falou ela, parecendo, a meu ver, uma bêbada desvairada.
Depois do pequeno incidente, nós andamos com a bagagem por todos os lugares possíveis e imagináveis, era um lugar grande, com estilo de chácara, e com uma praia a poucos 20 metros da porta de entrada do alojamento.
- Rama, você não disse que aqui não teria praia? - perguntei, confusa.
- Ah, cigana, isso esta me confundindo também.
- CIGANA? Alguém me chamou? - falou uma senhora, ela era ruiva, e aparentava ter lá seus quase 50 anos, usava uma saia feita com panos coloridos, uma alva bata na altura dos ombros, e dezenas de centenas de colares.
- Não, ele estava falando comigo! – falei. – Sou cigana... também.
- Cigana de calças jeans? – perguntou a mulher.
Eu ri, e ela também.
- Prazer, me chamo Persa, mas me chame de Pepê, se quiser. – falou a senhora.
- Prazer Persa, eu sou Jazmín, me chame de Jaz - sorri.
Persa, um típico nome cigano das Américas, os olhos cor de mel daquela mulher não me enganaram, ela sabia de muito, até do que não deveria.

Música: Reina Gitana – Eugenia Suarez