sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sinais Teus

(Por Nico)

Um encontro, um desencontro. Uma flor, uma canção. Uma espera, um destempo. Um beijo que não se deu.
Quando o amor não consegue se expressar por palavras, haverá sempre outras maneiras de falar com a pessoa amada. São sinais especiais, pois o amor não pode ficar calado. E esses sinais podem ser encontrados em qualquer lugar.
Após ouvir aquela música, senti que havia algo de especial por trás. Nunca ouvi Céu cantar tão bem. E isso me fez sentir mais falta dela, de seus olhos, seu sorriso. Estamos tão longe, mas ao mesmo tempo, tão perto...
- Nick, o quê foi? – disse Malvina. – Por quê essa cara?
- Ah, Malvina! – eu disse. – Eu ouvi a voz da Céu... numa música gravada aqui, neste gravador.
- Que bom, meu bem... Quem sabe um dia ela volta?
Então saí e fui lá fora para ver os outros órfãos. Malvina, curiosa, resolveu ouvir o gravador. Porém, por uma estranha razão, a música não estava mais lá.
- Nick deve estar maluco... Não tem nenhuma música aqui! Ele deve estar com tanta saudade, coitadinho. Vai ver está imaginando coisas...
Mas eu não estava louco. A música realmente estava lá, porém, certos sinais não permanecem em um mesmo lugar.
Enquanto isso, os órfãos também nutriam uma enorme saudade de Céu, que sempre foi como uma mãe para eles.
- Mar, o quê está fazendo? – disse Rama, vendo Marianella olhando alguns retratos.
- Nada, Rama. – disse Mar. – Só estou olhando algumas coisas do passado. Sabe, sofremos muito na fundação. Mas teve um lado bom...
- A Céu, não é?
- Sim. Ela era praticamente uma mãe para todos nós... Até que desapareceu sem dar pistas.
- É. Bem, mas ela vai ficar sempre no nosso coração, não é?
- Claro.
Não só os adolescentes sentiam falta da bailarina, os pequenos também sentiam muito. Porém, havia uma em especial.
- Se Céu estivesse aqui... – disse Aleli, triste. – Ela era tão boa pra gente! Por quê teve de partir?
- Aleli! Aleli! Consegue me ouvir? – dizia uma voz distante.
- Que voz é essa? Me parece... familiar!
- Sou eu Aleli, Céu! Pode reconhecer minha voz?
- Céu! Eu sabia que você não deixaria a gente! Onde está?
- Aqui, menina! Você pode não me ver, mas pode me ouvir.
- Sim, estou ouvindo! Sinto a sua presença! Ninguém vai acreditar quando eu contar.
- Espere, não conte nada ainda. Eles não vão acreditar em você. Mas quero avisar que estou bem, e não vou deixar vocês!
- Obrigada, Céu. Eu sabia!
Os sinais são impressionantes. Eles vêem para te dar esperança que há uma luz no fim do túnel. Basta sentí-los...

Música: Señas Tuyas - Emilia Attias e Nicolás Vázquez

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