sábado, 4 de abril de 2009

Luz de Esperança

Justina estava em uma situação difícil, mas voltou a mentir para Luz.
- Ora, minha filha. Você nunca viu um som sequer de guerra porque seus ouvidos são muito puros! E com todas essas coberturas nas janelas, nem dá para ouvir direito! Você confia em mim ou não? – disse Tina.
- Confio, mamãe. Me perdoe por duvidar de você. – disse a menina, se sentindo culpada.
- Tudo bem, Luz. Me prometa que não me desobedecerá!
- Eu prometo! Não vou sair daqui até você mandar! Confio em você.
As duas se abraçaram e Tina voltou para a fundação. Enquanto isso, no escritório, Barto havia chamado Céu para conversar com ela.
- Algum problema, senhor Bartolomé? Por quê me chamou aqui? As crianças fizeram alguma travessura? – perguntou Céu.
- As crianças não fizeram nada, Angeles, quer dizer, Céu... Tudo está em perfeita ordem desde que você chegou aqui. – disse ele.
- Então porquê o senhor quer falar comigo?
- Ah sim! Já ia me esquecendo. Senhorita Céu, geralmente trato meus empregados como se fossem da família. E queria saber mais de você, já que conviveremos daqui pra frente.
- E o que o senhor quer saber da minha vida?
- Ah, só o básico. Quem sãos seus pais, onde viveu na infância, tem irmãos, tem um outro nome, fez o segundo grau, etc...
- Bem, na verdade não sei muitas coisas de meu passado. Fui adotada por um casal muito bondoso quando eu estava vagando sem rumo pelas praças da cidade.. Passei minha infância e minha juventude no circo, tentando achar alguma pista de minha origem.
- Mas, antes de ser encontrada na praça o quê aconteceu?
- Essa é a questão. Antes disto, não lembro de muita coisa. Fui abandonada por alguém sem coração na rua, mas não sei quem é e nem sei quem são meus pais verdadeiros.
- Igual à história da Angeles! Não há mais dúvidas!
- Como disse?
- Ah, nada. Só estava pensando alto. Me comovi muito com a sua história, agora pode sair. – ele disse empurrando a moça para fora do escritório. Na mansão, Malvina se lamentava com Nico que não estava se dando bem com Cristobal.
- Eu não sei mais o quê fazer! Essa peste, quer dizer, este menino, não me aceita de jeito nenhum! Faz alguma coisa! – disse ela.
- Malvina, o que eu posso fazer é só falar com ele, e já fiz isto. É tudo uma questão de tempo. Vamos deixar ele se adaptar com esta nova vida, para que o Cristobal possa amadurecer e aceitar você como uma nova mãe. – disse ele.
- E até que isso aconteça eu fico sendo humilhada e torturada por ele?
- Ah, agüente. Mostre à ele uma prova de amor.
Malvina começava a abrir em sua mente uma brecha de pensamento. A moça pensava que se alguma vez ela salvasse a vida do menino, ele a aceitaria. Mas o difícil seria que ela conseguisse salvar a vida de alguém.
- É isso! Preciso forjar um pequeno “acidente” para eu poder salvar a vida do Cristobal! Isso! Genial! – pensava ela.
Na fundação, Marianella conversava com Céu.
- Céu, por favor, preciso de uma grande ajuda sua! – disse a garota.
- Pode falar. Se for de acordo com as minhas capacidades, eu te ajudo. E se não for, eu tentarei!
- Que bom saber que posso contar com você. Obrigada! Bem, é o seguinte: preciso falar com o Thiago, mas o Bartolomé proibiu ele de falar com qualquer um dos órfãos. Se ele falar, será mandado de volta para Londres. Por isso, queria te pedir para você ser uma “ponte” entre nós. Você manda meus recados para ele e vice-versa. Topa?
- Claro que topo! Será um prazer ajudar o amor de vocês!
- Não é nada disso, ouviu? Somos só amigos. Obrigada por nos ajudar! Você é quase um anjo!
Enquanto isso, no sótão, Luz pensava como seria sua vida se não fosse a tal guerra. Ela não podia imaginar muito, pois passou a vida inteira sem ter contato com nenhum livro, televisão ou com outra criança. E sua curiosidade aumentava com o passar dos dias. Ela sentia uma enorme vontade de fugir e sentir a liberdade. Certa vez, tentou abrir a porta para poder sair.
- Essa é a minha chance! Como a mamãe deixou a porta aberta, vou poder sair para ver como é lá fora!
Porém, sentiu no coração que estaria desobedecendo Justina se fugisse. A menina então desistiu logo, com um grande peso na consciência. Tina nunca soube de nenhuma tentativa de Luz de fugir. Perto dali, Céu percebia que Justina todos os dias entrava no sótão e passava horas lá. Então, foi ver o que era. Luz ficou assustada ao ouvir passos, pois a porta estava aberta.
- Tem alguém aí? – perguntou Céu, a ponto de abrir a porta. Será que Luz será descoberta?

Nenhum comentário:

Postar um comentário