quarta-feira, 1 de abril de 2009

Azul Como O Céu

Mar percebeu que estava sobrando e apresentou logo Tacho para Jazmin. O casal se conheceu e se encantaram um pelo outro.

- Foi um prazer conhecer você. – disse Jaz, apertando a mão do garoto.

- O prazer foi meu em conhecer você. Seja bem-linda, quer dizer, bem-vinda à fundação! – disse Tacho.

Depois, Bartolomé tratou logo de apresentar Céu para todos oficialmente como a nova empregada da fundação.

- Bem, quero que todos recebam muito bem a senhorita Céu Mágico aqui na fundação. – disse Barto.

- É a bailarina! – disse Aleli.

- Conhece ela?! – disseram Barto e Justina, em coro.

- Não. Devo ter visto uma bailarina parecida com ela na tv. – disse a menina.

- A fundação precisa mesmo de alguém DE CONFIANÇA para cuidar dos órfãos. – disse Nicolas, irônico.

- Como disse?! – perguntou Céu, ofendida.

- Nada. Estava falando com o Mogli que é muito bom que a fundação tenha profissionais dedicados...

- Estava?! – perguntou Mogli, não entendendo o que o amigo disse.

- Sim, claro! É que meu amigo Mogli não fala muito bem o português... – disse Nico, disfarçando, tapando a boca de Mogli.

- É bom que você possa domar estas pestes imundas. Boa sorte pra você! – disse Malvina.

- Perdão, mais não acho que estas doces crianças possam ser estas “pestes” que você falou... – disse Céu.

- Saiba, senhorita, que nesta fundação é importantíssimo que haja limites! Limites! – disse Justina, olhando nos olhos de Céu. Mas ao observar bem o olhar da moça, percebia algo de muito familiar. E o coração da malvada começava a acelerar, pois reconhecia aquela expressão de um passado muito distante. E Tina se assustou muito, correndo para falar com Bartolomé.

- O que foi, Tina? Viu algum fantasma? – disse Barto, rindo.

- Pior, senhor. Tive um mal pressentimento ao ver os olhos daquela mulher. A expressão, os olhos, o olhar! Reconheço aquele rosto, e isso não é nada bom! É um frio que tortura a minha alma e me faz quase explodir! – disse Tina, desesperada.

- Ora, por favor! Não venha me encher com suas tolices e suas palavras poéticas! Vá torturar outro! Esta moça não tem nada demais!

Mas Justina não deixou de pensar no que sentiu ao ver os olhos de Céu. Sabia que ela guardava alguma lembrança de seu passado. Enquanto isso, Malvina tentava fazer amizade com Cristobal. Mas o menino a detestava, pois não aceitava de jeito nenhum a idéia da moça roubar o lugar de sua mãe, e muito menos que esta moça fosse alguém como Malvina.

- Cristobal, por favor! Quero conversar com você! – disse ela.

- Saia já do meu quarto! Não quero você aqui. Sai já daqui e da vida do meu pai! – disse o menino, revoltado.

- Meu bem, me escute. Seu pai precisa reconstruir sua vida. E ele quer o melhor para você, por isso achou que você precisaria de um amor materno! E eu sou a pessoa perfeita! Você tem de aceitar! É a escolha dele!

- Mas não é a minha escolha! Não preciso de amor materno! E não preciso de você!

- Veja bem, querido. Seu pai e eu vamos nos casar, quer você queira ou não!

Cristobal atira travesseiros em Malvina, que tenta cantar para ele. Mas sua voz não é muito agradável e o menino foge. A moça tenta encontrá-lo, mas topa com Céu no caminho. Malvina pede à ex-bailarina que a ajude, e as duas vão conversar no quarto da irmã de Barto. Enquanto isso, Mar estava andando pela fundação e parou para ouvir a conversa entre Barto e Thiago.

- Já te disse, pai. Não vou voltar para Londres! Quero ficar aqui, na mansão. – disse o garoto.

- Meu filho, aqui não é o seu lugar. Precisa conviver com pessoas do seu nível. Aqui, só encontrará estes órfãos! – disse Barto.

- Mas eu quero ficar aqui, e eu posso fazer amizade com eles!

- Não irei permitir! Te proíbo de se comunicar com qualquer um dos órfãos ou entrar na área deles! E se eu saber que você trocou alguma palavra com eles, te mando imediatamente de volta para Londres!

- Isto não é justo! Não posso viver assim. Isso não vai ficar assim! – o garoto saiu furioso. Mar e Thiago se encontraram na escada.

- Olá, Mar! Está com algum problema? – disse ele.

- Não se preocupe, senhor Thiago Bedoya. Não te incomodarei mais. – disse Mar, friamente.

- Mar? O que houve? Por quê falou assim comigo?

Marianella saiu, cheia de tristeza, pois não queria fazer aquilo. Thiago estranhou a atitude dela.

- Não posso continuar falando com ele. Se falar, ele arranjará problemas e eu também. É para o nosso bem! Não queria fazer isto, mas precisei. – pensou a garota, preocupada.

Enquanto isso, no quarto, Malvina pediu à Céu que passasse um creme facial no seu rosto. A nova empregada pegou o recipiente e Malvina pediu que ela lesse as instruções sobre quanto tempo o creme ficava no rosto. Porém, Céu acabou por ler errado, e disse que era 30 min, quando o tempo certo era 15 min. Logo, o rosto da megera começou a ficar afetado, ficando muito vermelho. E Céu tentou ajudar, jogando água para apagar o efeito do creme. Mas a água só fez o rosto de Malvina arder mais, e as duas se desesperaram, pois não sabiam o que fazer. Céu tratou logo de buscar ajuda, e saiu correndo pela mansão. No corredor, encontrou Nico.

- Céu! Por favor! Te peço um minuto de sua atenção! Só um minuto! Por favor, me ouça! – disse ele.

- Vai me acusar de novo por acaso? Saiba que eu não tenho culpa! Eu não roubei sua carteira! – disse Céu.

- Não! Não vou te acusar. Pelo contrário. Quero falar com você sobre isso. A Aleli me contou tudo.

- O quê? Não pode ser. Ela... ela... fez isso mesmo?!

- Sim. Ela confessou que me roubou e me pediu desculpas. De certo ela queria o dinheiro para comprar algum brinquedo.

- Que bom que a Aleli confessou seu erro e se arrependeu. Ela tem um coração de ouro!

- Bem, acho que agora devo fazer o mais importante que vim fazer aqui.

- Que seria o quê?

- Te peço perdão. Perdão por acusá-la injustamente. Estava errado quanto à você. Estou completamente arrependido.

- Ora, não foi nada. Não se torture assim. Eu te perdôo. Depois te dou a carteira, está comigo, quando peguei da mão da Aleli.

- Papai! Céu! – grita Cristobal, chegando e abraçando os dois. Logo, Mogli chega também e todos ficam alegres, se divertindo. Malvina percebe a demora de Céu e vai ver o que aconteceu. De repente, se depara com a cena dos quatro, juntos como uma família. E a megera começa a sentir dentro de si uma tristeza, misturada com uma profunda inveja da ex-bailarina, ao ver todos ao seu redor.

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