quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Através de Eudamón

- Parece que chegaram novos ajudantes! - falou Céu ao ver Thiago, Luz e Malvy chegando à mansão.
Não que ela não esperasse, pois ela esperava uma festa perfeita, apenas com a família e comunidade.
- Limpem a sala vocês, enquanto eu vou ao sótão procurar um vestido antigo meu, vou ver se o reformo a tempo para a festa. – disse ela aos pulos.
Céu subiu as escadas e abriu a pequena porta do sótão, já comida por cupins, e entrou maravilhada com tanta velharia, que se reformada, seriam novos em folha e lindos objetos de decoração, mas o que a intrigou mais, foi o grande relógio na parte lateral no sótão, e se lembrou que perto de lá era onde Luz havia sido presa por anos, e onde se localizava o tal portal para o outro plano. Nada tirou a atenção de Céu com aquele relógio, ela se aproximou dele, percebeu os quilos de poeira que ali estavam, e dispôs a limpar com o pano levemente úmido que carregara em suas mãos.
Céu, sem querer, deixou cair seu broxe, aquele, com o símbolo dos Ichausti e da fundação, ao pegar viu a semelhança entre o meio do relógio e o broche, talvez se encaixassem. A bailarina, pressupondo que nada ia lhe acontecer e que talvez fosse uma graça um broxe que encaixasse em um relógio, o encaixou, e seguiu sem rumo através da luz amarela que apareceu em sua frente, para o outro plano.
- Ah meu Deus, que lugar branco é esse? – falou Céu, ao colocar suas mãos no rosto, incomodada com tanta brancura.
- Parabéns Céu Mágico, você cumpriu sua missão! – falei, enquanto a ajudava a levantar.
- Quem é você? Que missão é essa? - perguntou a bailarina para mim, já era o momento de me explicar.
- Bom, senhorita Céu Mágico, me chamo Tic-Tac, e estamos em um outro plano. Acontece que sou eu quem determina o que pode acontecer na sua vidinha, e também quem determina quando acaba a missão de alguém, para ela poder dar lugar a outras pessoas, sabe como é... - falei, parecendo que tudo aquilo era normal.
- ESTOU MORTA? - perguntou, assustada.
- Não está, um dia estará, bem, isso sou eu quem decide, não é? - ri da minha piada sem graça, ela não. – Acontece, Céu, que aquelas crianças são quase anjos, e vocês, guardiões deles, Ana é um anjo por inteiro, que foi designada para que vocês pudessem saber quem são, pois tem muitas missões a cumprir, mas o caminho que Lourdes seguiu até o plano de vocês, não deu certo e ela perdeu sua memória, criando emoções, e se deixando controlar por mim. – falei.
- Lourdes? - perguntou ela, confusa.
- Sim, era o nome da Ana, antes de sair de Eudamón, mas como estava dizendo, Ana não cumpriu seu papel, e tive que trazer você pra cá, para que eles lá embaixo... – falei mostrando a ela o que eles estavam fazendo. – ...entendam quem são, pode me ajudar?
- Um por todos e todos por um! – declarou ela.
- É assim que eu gosto, mosqueteira - falei por fim.

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